quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

A sacada

Fabiano Seixas Fernandes, para este poema

Talvez eu quisesse ser a sacada de um pequeno apartamento. Estar sempre fora e nunca ir embora. Nas manhãs, sentir o aroma do café de um sonhador; Nas noites, ter meu chão manchado de um vinho cansado. 

Durante o dia, minhas janelas estão fechadas e um gato caminha sobre meu corpo com toda a delicadeza que mereço; sobe à minha margem e observa o mundo pela minha transparência. 


Há de ter outra sacada observando os cacos e as manchas do meu chão? 


MKK

(14 de janeiro de 2017, 02:18 AM)