segunda-feira, 29 de abril de 2019

No meu álbum de sorrisos, o teu se encontra numa página solta. Não consigo lembrar o dia exato em que ele tanto se abriu que teus olhos tanto se fecharam. Nessa hora, minha mirada fez morada em ti e te fotografei. Como de costume, te revelei no escuro; mas num desábito, te colei numa folha dilacerada e teu sorriso foi marcador de cada face do meu livro de recordações. Até a última. E foi quando não tinha mais o que guardar, marcar, recordar. Demorei meus olhos no teu sorriso daquela página solta, dobrei bem pequenino, guardei na carteira e saí à tua procura. Lembro do dia em que teus olhos pareciam estrelas de desenho, brilhantes e com pontas, de tanto que se fechavam porque teu sorriso tanto se abria. Com o teu nas mãos e com o meu nos lábios, meus olhos desaguaram nos teus e fotografei apenas o silêncio, pra nunca mais esquecer que a ausência pode ser remanso, que o silêncio pode ser repousaDor.
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M. K.